No dia 5 de novembro de 2021, o Brasil se despediu de uma das vozes mais marcantes de sua história. Marília Mendonça, com apenas 26 anos, partiu de forma trágica e deixou milhões de fãs em luto, mas seu legado continua a pulsar intensamente.
Três anos após sua despedida, suas músicas e letras seguem vivas, consolando, empoderando e inspirando aqueles que aprenderam a amá-la.
Com letras que desvendavam as emoções humanas de forma sincera e direta, Marília transcendeu o palco e se tornou um símbolo de força e autenticidade. Portanto, sua presença ainda é sentida na música sertaneja e no coração de cada fã que se identifica com suas canções.
Neste artigo, exploramos a trajetória de sucesso e o cuidado que Marília Mendonça teve com sua obra, um patrimônio que hoje permanece como parte da herança deixada para seu filho, Léo, e para todos aqueles que ela tocou com sua voz e verdade.
Marília Mendonça e o movimento sertanejo global – “Todo Mundo Vai Sofrer”

Marília levou a força do sertanejo para lugares onde ele era pouco popular, com turnês e parcerias internacionais que projetaram a música brasileira em novos territórios.
Como canta em “Todo Mundo Vai Sofrer”, Marília Mendonça tocava em temas que traziam à tona verdades compartilhadas. Com estilo direto e letras poderosas, ela transformou o sertanejo em uma ferramenta de expressão popular. Especialmente para mulheres.
Em músicas como “Infiel” e “Eu Sei de Cor”, ela transformou dores em versos que continuam ecoando.
A visibilidade internacional trouxe impacto econômico expressivo. Contudo, também despertou uma preocupação entre os artistas: como garantir que o sucesso financeiro tenha uma boa gestão para que, no futuro, esteja acessível e protegido?
Efeito Marília: sucessão e proteção para artistas – “De Quem é a Culpa?”
A perda trágica de Marília Mendonça levou muitos artistas e figuras públicas a refletirem sobre planejamento sucessório. Afinal, a carreira de um artista, com tantos contratos, shows e direitos autorais, demanda uma estrutura patrimonial cuidadosa.
Em muitos casos, a criação de uma holding familiar, que protege os ativos e facilita a transferência de bens, é uma solução prática para assegurar o patrimônio.
Como na música “De Quem é a Culpa?”, que levanta questionamentos sobre responsabilidade, a tarefa de preservar o que ela construiu recaiu sobre os que ficaram.
Para se ter uma ideia da complexidade, fiz uma estimativa de patrimônio de aproximadamente R$ 15 milhões, considerando um cenário em que não há uma holding ou Seguro de Vida. Nesse caso, a herança tem os custos tradicionais de um inventário.
Tudo isso considerando a estimativa de cerca de R$ 8 milhões em imóveis, R$ 5 milhões em direitos autorais e outros investimentos. Nesse cenário hipotético, os custos sucessórios aproximados sobre esse valor incluem:
1. Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD)
Em Goiás, a alíquota do ITCMD é de 4%. Portanto, gera um imposto de R$ 600 mil sobre o patrimônio.
2. Honorários advocatícios
Esses valores podem variar entre 3% e 6% do patrimônio. Estimando 5%, os custos seriam de aproximadamente R$ 750 mil.
3. Custos administrativos e de cartório
Esses custos, que incluem registros, avaliações e outras taxas, com estimativa de R$ 50 mil.
Assim, o custo total da sucessão giraria em torno de R$ 1,4 milhão. Portanto, o valor necessário para regularizar o patrimônio e transferir oficialmente o legado ao herdeiro.
Sem planejamento sucessório robusto, esses custos recairiam sobre a herança, comprometendo parte dos recursos destinados ao filho de Marília, Léo.
Um legado de arte e proteção que deixa aprendizados – “Graveto”
O caso de Marília Mendonça trouxe aprendizados importantes para artistas e suas famílias. Em um cenário em que o patrimônio artístico tem grande valor emocional e financeiro, proteger o futuro dos herdeiros vai além de um gesto de cuidado; é uma responsabilidade.
Portanto, a criação de uma estrutura societária, por exemplo, permite que direitos autorais, imóveis e bens sejam administrados de forma centralizada, facilitando a gestão dos ativos e a continuidade do legado cultural.
Assim como Marília canta em “Graveto”, “não vou mudar”, as raízes que ela deixou continuam fortes, oferecendo ao filho segurança e estabilidade.
Representatividade que segue viva – “Supera”
Marília Mendonça não apenas nos deu músicas inesquecíveis; ela se tornou um ícone de resistência e superação para mulheres e para a música brasileira.
A herança que Marília Mendonça deixou para o filho vai além dos bens materiais. Ela nos ensinou a ser sinceros com nossas dores e a cantar o que sentimos, sem medo de julgamento.
Agora, sua história nos mostra que, independentemente da idade ou do momento da carreira, o planejamento financeiro é essencial para garantir a proteção dos sonhos e daqueles que amamos.
Como ela diz em “Supera”, a história de Marília Mendonça continua, com as raízes e as conquistas dela servindo de base para o futuro de seu filho e sua família.
O legado de Marília não é apenas um patrimônio; é uma obra que permanece viva na memória de milhões, assegurando que, mesmo ausente, ela continue a emocionar, inspirar e ensinar.

João Cosme é sócio da Blue3 Investimentos e especialista em Proteção Financeira e Planejamento Sucessório.